Neuropatias de Fibras Finas
Neuropatias de Fibras Finas (Biopsia de Pele)
O Consenso da Academia Brasileira de Neurologia define Neuropatia de Fibras Finas (NFF) como um subtipo de neuropatia caracterizada pelo envolvimento seletivo de fibras sensitivas amielínicas ou pouco mielinizadas.
Esta neuropatia é caracterizada por manifestações predominantemente sensitivas (dor/disestesias/prurido) ou queixas sensitivas e autonômicas combinadas, associadas a exame neurológico e eletroneuromiografia frequentemente normais.
Diversas condições médicas podem causar a NFF, incluindo desordens metabólicas, infecciosas, nutricionais, vasculares, genéticas e autoimunes. Não há estudos epidemiológicos que confirmem a prevalência ou incidência da NFF, mas foi constatado ser particularmente frequente em pacientes com diabetes, pre-diabetes e doenças do tecido conjuntivo.
O diagnóstico definitivo da NFF é determinante para uma boa conduta terapêutica. A biopsia de pele para avaliação de fibras finas mudou o conceito deste tipo de neuropatia e é considerada o padrão ouro para o diagnóstico de NFF por diferentes sociedades internacionais. É o método diagnóstico mais utilizado nos EUA e Europa, pois permite a confirmação do diagnóstico de NFF direcionado para a identificação das causas subjacentes.
Realizada a partir de um punch dermatológico é um procedimento altamente seguro. Compreende avaliação morfológica de densidade linear das fibras nervosas intradérmicas, que possui diferentes valores normativos, conforme sexo e idade do paciente.
Nos últimos anos houve um grande avanço na investigação da NFF. Os novos critérios diagnósticos e a biopsia de pele para avaliação de fibras finas trouxeram abordagens diagnósticas mais confiáveis para a prática clínica e mais claras para estudos futuros.
Fonte:
LAURIA G et al. Small fiber neuropathy. Curr Opin in Neurol. 25:542-549 (2012).
GONDIM FAA et al. Definition and diagnosis of small fiber neuropathy: consensus from the Peripheral Neuropathy Scientific Department of the Brazilian Academy of Neurology. Arq. Neuropsiquiatr. 76(3), 200-208 (2018).