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04/jul/2019

 

Em muitos tumores do Sistema Nervoso Central, a localização anatômica, os detalhes microscópicos e outros aspectos de sua apresentação clínica possuem forte influência sobre a probabilidade relativa de seus respectivos diagnósticos. Mesmo com tais considerações, os patologistas frequentemente são confrontados com neoplasias que apresentam caracteres morfológicos que restringem o diagnóstico definitivo.

O estudo imunohistoquímico é uma ferramenta complementar que fornece subsídios muito significativos na caracterização de entidades e/ou doenças distintas. As informações adquiridas neste tipo de estudo permitem complementar o que as variáveis morfológicas não permitiram definir com clareza. Assim é possível reconhecer antígenos de superfície, intracitoplasmáticos ou nucleares que são peculiares para cada uma das entidades e alcançar uma conclusão definitiva sobre o diagnóstico.

Este é um método avançado baseado em uma reação antígeno-anticorpo, que produz uma coloração específica quando o anticorpo realiza ligação com o antígeno pesquisado. Pode ser efetuado com material fixado em formol e emblocado em parafina, fornecendo uma grande vantagem quando comparado a outros métodos.

Uma abordagem integrada de estudos imunohistoquímicos e colorações especiais em tumores pouco diferenciados e morfologicamente ambíguos é extremamente relevante para a definição diagnóstica do tumor. Além da caracterização de tumores pouco diferenciados, os estudos imunohistoquímicos também permitem classificar com clareza o grau de agressividade e velocidade de crescimento do tumor em questão, bem como detectar com alto grau de precisão o produto de mutações genéticas importantes para orientação terapêutica, como a mutação TP53 e o IDH, de grande relevância no estudo de gliomas e também eventuais sítios primários em caso de tumores metastáticos.

As análises imunohistoquímicas devem ser adaptadas de acordo com informações como a localização anatômica, características morfológicas e outros aspectos clínicos observados previamente. A correlação com o quadro clínico do paciente pode trazer informações de grande relevância ao diagnóstico e aumentar as chances de sucesso dos tratamentos indicados. Ainda assim, estes estudos são totalmente dependentes da interpretação do patologista, exigindo uma grande base de conhecimento de análise histopatológica.

Portanto, a fim de garantir a definição diagnóstica e aumentar a chance de sucesso dos tratamentos indicados a cada paciente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta a realização destes estudos para as análises anatomopatológicas. Mesmo com o avanço das técnicas dos estudos moleculares, estes não substituem as análises imunohistoquímicas. Os diferentes métodos diagnósticos devem ser usados seletivamente, a critério do patologista, para fornecer soluções efetivas e abrangentes à casos específicos.

FONTE: WICK, MR. Immunohistochemical approaches to the diagnosis of undifferentiated malignnt tumors. Annals of Diagnostic Pathology, n. 12, p 72-84, 2008.

 


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28/maio/2019

Laudo Neuropatológico

Tumor Cerebral, e agora?

Por: Mariana Linder, Neurodiagnostic Brasil.

 

Se você ou algum conhecido possui dores de cabeça persistentes associadas a náuseas e vômitos, notou alguma perda de força ou rigidez muscular, teve alterações visuais, auditivas ou de equilíbrio, passou a ter dificuldades de fala ou compreensão, tem notado movimentos involuntários ou perda de coordenação, fique atento e procure um médico de confiança. Esses são sintomas comuns de algumas doenças cerebrais.

Se for identificada a presença de um tumor cerebral, confie em seu médico e siga as orientações clínicas. A medicina evolui constantemente e de forma extremamente rápida. Nestes casos, é necessário agilidade. É preciso identificar o tipo do tumor para que o tratamento seja efetivo. O diagnóstico preciso do tipo de tumor que o paciente apresenta, orienta os médicos na adoção das melhores práticas existentes na atualidade e melhora significativamente o prognóstico (chances de cura) do paciente.

O primeiro passo após a detecção de uma lesão suspeita de tumor cerebral, é procurar um neurocirurgião. Ele vai definir a melhor estratégia para abordar a lesão e encaminhá-la para análise, a fim de definir o diagnóstico e a conduta. A estratégia cirúrgica a ser adotada vai depender do tamanho e localização da lesão, bem como das condições clínicas do paciente. Assim é possível ter clareza na conduta e nos tratamentos a serem adotados dali em diante.

Em linhas gerais, há duas formas de abordar a lesão: realizando uma ressecção ou uma biopsia, que pode ser aberta ou estereotáxica.

A ressecção é a retirada integral (ou da maior parte possível) do tumor. Apesar de retirar a maior parte da lesão de forma cirúrgica, esta abordagem depende da localização do tumor e/ou da condição clínica do paciente. Nem sempre é possível realizar este tipo de abordagem, devido aos riscos envolvidos neste processo e/ou à dificuldade de acesso à lesão.

Em caso de impossibilidade de ressecção total (ou parcial) da lesão, ou quando a lesão ainda está em fase inicial de investigação, os médicos programam a retirada de uma pequena amostra da lesão apenas para fins diagnósticos. Nesses casos, o paciente é submetido à uma biopsia (estereotáxica ou aberta). Este processo é menos invasivo e traz menos riscos aos pacientes. O fragmento retirado é, na maioria das vezes, suficiente para análise da lesão e orientação do tratamento.

A peça retirada em cirurgia deve ser enviada ao neuropatologista para definição diagnóstica do tipo de lesão e posterior orientação de conduta a ser seguida. Através de técnicas altamente avançadas, o material é processado e passa por análises morfológica, histoquímica e imuno-histoquímica. Se necessário, também pode ser realizado estudo molecular para caracterização. A partir de todos esses estudos, o neuropatologista consegue definir com clareza o tipo de tumor e o paciente pode dar sequência ao seu tratamento.

É a partir do laudo neuropatológico que os oncologistas e radioterapeutas conseguirão traçar as melhores estratégias de tratamento ao paciente. Por isso é essencial que este processo seja ágil e o paciente consiga iniciar o tratamento o quanto antes.

Informe-se sobre as melhores alternativas e confie na equipe que escolher para lhe auxiliar durante este processo. Eles vão guiá-lo pelos melhores caminhos a serem seguidos e estarão com você nos momentos em que mais precisar.


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01/set/2015

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A Neurodiagnostic Brasil é especializada na análise de materiais oriundos do Sistema Nervoso Central, Periférico (nervos) e Músculos Esqueléticos.

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